terça-feira, 30 de outubro de 2012

Enfim ( Por Thaís Azenha)




Não sou como as outras
nem diferente assim
Talvez  menos tola
Mas nem tanto por fim

A carne e o osso
presentes em mim
É que causa alvoroço
ao viver sem sentir

Mas a vida renova
ás vezes diz sim
não há quem reprova
se eu ganho no fim

E amor desconexo
daqueles assim,
Tem o sonho perverso
toma conta de ti.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Insônia, o meu ópio (Thais Azenha)





Não consigo pensar nem dormir
Se eu conseguir respirar
talvez eu possa existir

Não existem coisas com
arrependimento
poucos ais e lamentos
só me culpo
pelas noites
que não durmo

As amarguras não se curam com sonhos
As aventuras não se contentam com contos

Sou mais real que isso
o pleno improviso

de alguém que existe
sem limites.

Nas noites sem você e meu ócio
a insônia será sempre meu ópio




Luiza está apaixonada? ( Por Thaís Azenha)




Nada a esconder. Já não tenho segredos. Provavelmente nunca tentei tê-los. Transformação e depressão são minha inspiração. Pelo menos tirarei algo de bom. Nisso sou perita. Mas a mudança veio fulminante, me faz pensar se tudo que disse ou senti antes realmente existiu. Fantasias meras de menina. Menina que não consigo deixar de ser. Mesmo quando há um batalhão disposto a tentar me corromper. Nem mudei tanto assim. Provavelmente só encontrei um pedaço de mim. Aquele taco necessário a minha sobrevivência. O amor não te engana. Você engana o amor. Quando acha que ama. Mas pode ser pega de surpresa com uma presença inusitada. Que seja! Luiza está apaixonada?


Nada combinado (Por Thaís)





E a noite findou-se
um filme erótico
pessoas neuróticas
e você como soube?

E fui sempre assim
de um jeito pior
mas deixei de ser só
tomar conta de mim

Tenho uma amiga Ariany
que eu chamo três vezes
aparece e some
ao chamar o seu nome

Amigos fiéis,
que contam  histórias
ficarão na memória
de verdades e papéis

E a vida é uma dança
a gente só roda
que puxa e implora
esperando mudança

O destino é um tratado
e agora acredita
separa e medita
as pessoas
que caminham ao meu lado.





quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Inferno Astral (Por Thaís Azenha)



Hoje eu acordei menos dogmática, perdendo algumas táticas. Sinto-me excomungada, reanimada. Mas tento não ser dramática. A gravidade não pode esquecer de colocar meus pés no chão. Sei que há um plano a seguir, mas hoje não, por hoje não. Todos os dedos que apontavam um caminho quebraram junto aos gestos. Bebidas e fragilidade sobraram. Aqui estou, deitada na cama entre restos, censurada como uma dor hepática, sem moldes para me encaixar.
Nem todas as librianas são "sem lar", é que hoje acordei mais lunática, e menos didática.








terça-feira, 9 de outubro de 2012

O Relógio Óbvio (Por Thais Azenha)





No compasso do relógio
No espasmo de um soluço
Oscilando entre amor e ódio
Vacilando, como um rio erra seu curso.

Com um sarcasmo simples e óbvio
Escrava de um marasmo confuso
Tornando o seu corpo meu ópio
E entregando o meu a seu uso.

No som o mesmo tom melódico 
Sussurrando segredos escusos
Imersa nesse amor paródico
Torcendo pra não cair em desuso.