quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Que venha o próximo fim do mundo (Por Lua)


Afinal, chegamos em 2013. E agora? Fico imaginando como preencher as páginas em branco de um ano que nem deveria existir. O mundo não acabou e nos tornamos uma geração de sobreviventes. Sobrevivemos ao nada, a uma catástrofe imaginária. Me pego pensando no que mudou depois de tudo isso e a resposta é: NADA!



Quer dizer, nada não. Ron Hubbard, que fabrica abrigos subterrâneos, disse ter visto uma explosão no seu negócio. “Passamos de um por mês para um por dia”, disse. Os abrigos fabricados pela empresa de Hubbard, devem ser enterrados a, no mínimo, 8 metros de profundidade e o mais barato sai por 15 mil dólares. Isso me faz pensar se essa história toda  não é um plano maquiavélico dos fabricantes de abrigos subterrâneos para dominar o mundo, ou ao menos vender um pouquinho mais já que 1 abrigo de 15 mil dólares por mês, fora o custo matéria prima, mão de obra, impostos, perfuração do solo...não dá nem pro cara passar o mês.
 

Um saco esse papo de fim de mundo. No fim das contas não vou ter nenhuma história para contar para os meus netos, nenhum ato heróico da minha parte, nenhuma demonstração da minha força e coragem. Nem mesmo uma historinha bonitinha com lição de moral onde, no final, o amor, a família e a união dos povos salvaram o mundo dando uma chance para que a nova geração nascesse. Nadinha!

A verdade é que o ser humano adora esse papo de fim de mundo. As pessoas acreditam até em teorias desmentidas pelos cientistas. Mas isso porque, segundo o sociólogo Edgar Morin, a mortalidade é um dos aspectos mais essenciais da existência humana.  Tem também uma jogada religiosa no meio, claro. Marcelo Gleiser, físico que escreveu o livro “O fim da Terra e do Céu” diz que para aliviar o medo e a dor de perder uma pessoa amada, as religiões transformam o fim da vida humana em um evento que vai além da capacidade de um corpo continuar a funcionar. Até no fim a humanidade dá um jeito de fazer virar festão.

Brincadeiras a parte, esse medo de um fim próximo é tão grande que não inspirou apenas profetas. O físico Isaac Newton passou parte da sua vida tentando datar eventos bíblicos, tentando encaixar as profecias na história da humanidade. Mas essa não é a primeira vez que o mundo chega perto do fim. O site da Business Insider identificou outras 10 previsões de fim do mundo que não se concretizaram.

Confira abaixo as cinco MAIS RECENTES:

1 – A Ruptura (2011)

Em 2011, Harold Camping, presidente da rede de rádios Family Radio Network, disse que o mundo acabaria em maio daquele ano com uma série de terremotos, o que ele chamava de A Ruptura.

Muita gente acreditou na história. A CNN mostrou algumas dessas pessoas e o colunista John Avlon não perdeu a oportunidade de fazer uma piada sobre a teoria: “os Baby Boomers [geração nascida após a 2ª guerra, até 1964] estão envelhecendo, enfrentando sua mortalidade, e acham que quando eles acabarem, o mundo tem que acabar também”, brincou.

Maio de 2011 chegou e, como é possível comprovar hoje, o mundo não acabou. Diante da previsão não concretizada, Harold Camping estimou uma nova data: outubro de 2011. Mais uma vez, o profeta decepcionou.

2 – Bug do milênio

Com a virada do ano de 1999 para 2000, ninguém sabia ao certo o que poderia acontecer com o mundo da tecnologia. Alguns especialistas afirmavam que um bug poderia acontecer nos computadores ao redor do globo com a mudança de data, já que as máquinas poderiam ler o final 00 como 1900, e não 2000. Algumas pessoas, porém, interpretaram essa possibilidade como um possível impacto tecnológico universal de grandes proporções.

3 – O Efeito Júpiter

Em 1974, os astrofísicos John Gribbin e Stephen Plagemann publicaram o livro chamado The Jupiter Effect, ou O Efeito Júpiter, em tradução livre para o português.

O livro dizia que uma série de catástrofes poderia acontecer em março de 1982, após o alinhamento dos planetas com o Sol. Mais uma vez, nada de catástrofes ou fim do mundo.

4 – Uma data errada, seguida de três outras mais

Segundo a Business Insider, Herbert W. Armstrong, fundador da Worldwide Church of God (Igreja Universal de Deus, em português), avisou para seus seguidores que o mundo acabaria em 1936 e apenas eles seriam salvos.

Nada aconteceu naquele ano, e Armstrong corrigiu a data: 1943. Com o novo erro, o profeta mudou o ano para 1972 e, em seguida, 1975. Nenhuma das quatro projeções foi certeira.

5 – Armagedon

Em 1876, Charles Taze Russell, fundador do Testemunhas de Jeová, disse que Cristo voltaria para a Terra em 1914, o que causaria o Armagedon. Segundo a Business Insider, após o erro, os seguidores já teriam previsto outras sete datas para o fim do mundo, e todas falharam.

 

Bom, passamos por mais um fim de mundo e agora só nos resta imaginar como será o próximo. Por hora o que posso dizer é que para acalmar os corações mais afoitos receito uma dosezinha de alambique e uma conversinha com o Dr. Michio Kaku, cientista americano conhecido como o físico do impossível.
 

O tal Kaku, explica que a Terra não será destruída pela colisão com um asteróide, nem pela atração por um buraco negro, nem mesmo uma grande explosão solar. (Que tem um buraco negro nos sondando nessa Via Láctea, tem, mas existe uma órbita estável ao redor dele, o que me deixa muito mais tranqüila.)

Outra coisa que o Dr. Kaku falou e que me deixou bem mais calma foi que, embora o fim da Terra seja inevitável, porque, ao contrário do que a comunidade científica pensava anteriormente, o universo está se expandindo muito rápido, fora de controle (nessa hora chega respirei de tão aliviada). Enfim, o Big Bang não cessou, só diminuiu sua velocidade. Então o universo nunca parou de se expandir e chegará uma hora em que a Terra ficará tão longe do Sol que não haverá luz por aqui. Morreremos em gelo e não em fogo, o que é um grande conforto para mim já que, sabendo disso, não preciso mais quebrar a cabeça imaginando um jeito de gelar a cerveja que guardo no meu abrigo subterrâneo, entre a  maleta de poker e uma pilha de mangás do Naruto.

Enquanto isso vamos levando a vida, de teimoso e de pirraça, e a gente vai tomando que também sem a cachaça ninguém segura esse rojão

Nenhum comentário:

Postar um comentário