sexta-feira, 14 de junho de 2013

Manifestação na Esplanada (Por Lua)


O grupo queimou pneus diante do Estádio Nacional Mané Garrincha - Iano Andrade/CB/D.A Press
 
Cerca de 250 manifestantes fecharam o Eixo Monumental durante o prostesto - Mirelle Pinheiro/CB/D.A Press
 
Manifestantes marcham até a Praça do Buriti com faixas contra a Copa das Confederações. Eles se reúnem com o Correio ainda nesta sexta - Iano Andrade/CB/D.A Press
 
A luta pela liberdade me aprisiona e não me cabe escolher um lado, não cabe a mim, dar opinião. Tenho que lutar por um ideal que não é o meu. A paisagem bucólica é minha prisão. Pastos, cavalos e eu, em erupção. Uma bebida, um trago, um beijo. Nada disso é pra mim. As risadas noturnas, a música, a dança, a alegria, nada está ao meu alcance. Sento-me, uniformizada, mecanizada, armada, desalmada. Braços cruzados, pose blasé. Concordo, mas digo não, porque não me cabe concordar, ou discordar. Amar não é pra mim, e agora não sou gente, meu copo está vazio, meu corpo não sente frio, não sente dor. Meu corpo está presente, servindo e protegendo, só não sei quem. O que me alivia é a minha mente. Essa ninguém aprisiona. Estou fixa, tentando parecer atenta, alerta. Minha roupa disfarça bem, mas a minha mente se manifesta, queima pneus, grita, bebe, canta. Minha mente se diverte enquanto eu apenas olho. Aguardo o momento em que a mente, já bêbada, se unirá ao corpo sedento. Uma bebida, um trago, um beijo...

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