terça-feira, 10 de abril de 2012

Big Bang (por Lua)


                              Big Bang





Provocada pelo filho do vento

Disforme e rejeitado

 A partir da erupção quente e densa

Do vulcão dantesco

A expansão dos meus dissabores

Arranca minha pele

Dilacera minha carne

Deixa expostos meus temores.





Com a alma em carne morta, eu existo

Nascida da explosão vazia

Que ecoa num grito expressionista

Da arte demente de Munch

E percorre, tortuoso, o papel

Misturando  letras  com lágrimas

De água e óleo na pedra calcária

Imprimindo meu pesar

Em recitativa ária





De uma diestesia evoco o grande Shaman

Que cala todos os sinos para que eu vire poeta

Transformando em arte a minha agonia

Porque o Big Bang da Alma é a poesia



                                                                                                                                                               Aline Lua

2 comentários:

  1. Adorei, muito legal. Aliás gostei de todos os textos que li. Vocês são muito inteligentes, criativas e divertidas. Parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir
  2. Obrigada Andréa Sâmia, nós é que agradecemos a paciência!!!! kkkkk

    ResponderExcluir