quinta-feira, 12 de abril de 2012

Dalí (por LUA)


                       Dalí





Levitando no Deserto a Rosa meditativa

Contempla, como Gala, o mar que não existe

Tentando tornar invisíveis as manchas da alma

Desenhadas a carvão.



O inconsciente freudiano assassina  a razão

Alimentando com abstração o Cão Andaluz

Saciando sua sede com desejos líquidos

Nega-se a carregar a cruz da ingenuidade cínica



Lábios de madeira e cetim salvam a vida onírica

Ironicamente pessimista

Das formigas que, no outono, se tornam canibais



Borboletas ancoradas ao cais

Absurdas e ilógicas

 Ingenuamente se opondo ao equilíbrio

Estranha imagem persiste na memória

Gerando vida da contradição

Carrega no peito o céu da Glória

Irritando com genialidade

Os juízes atirados ao chão



                                                                                                                               Aline Lua

Nenhum comentário:

Postar um comentário