quarta-feira, 18 de julho de 2012

Desde que você me acompanhe (Por Thaís Azenha)




Acostumada a ter a solidão como companhia,
entrego minha vida agora.
Provavelmente sendo louca, minha mania,
arriscando tudo por um piscar de olhos.

Talvez um raio tenha me cegado,
porque nada da sua história
fará com que eu mude de ideia um dia.
Nem de onde você veio,
ou o que tenha feito,
nesse momento me convenceria.

Provavelmente está só de passagem,
Ainda sim manterei a insanidade
e te esperarei no centro da cidade,
vamos seguir ao leste, oeste,
desde que me acompanhe nessa viagem.

Espaguete ao Molho de Aspargos com Salmão - Mulheres com TPM (Por Thaís Azenha)




Frequência de consumo permitida: 2x semana
Colesterol por porção 68 mg
179 calorias por porção
Tempo de Preparo 50'
Dificuldade FÁCIL
Rendimento: 6 porções.

Ingredientes:
 • 1 embalagem de Espaguete (500 g) (preferencialmente integral)
 • 500 g de filé de salmão;
 • 5 dentes de alho, picados;
 • 2 colheres de sopa de farinha de trigo;
 • 200 g de aspargos;
 • 4 colheres de sopa de azeite extra-virgem;
 • suco de 1 limão;
 • 2 colheres de sopa de manteiga ou margarina;
 • 1 litro de leite desnatado;
 • sal, ervas finas, pimenta-do-reino, noz moscada e salsinha picada a gosto.

Modo de preparar:
 Comece preparando o salmão. Numa assadeira média, acomode 500 g de filés de salmão e tempere com 2 colheres (sopa) de azeite, 3 dentes de alho, suco de 1 limão, sal e ervas finas. Cubra com papel-alumínio e leve para assar em forno médio (180°C) pré-aquecido por 20 minutos. Retire o papel-alumínio e retorno ao forno por mais 5 minutos para grelhar. Retire do forno, corte os filés de salmão em lascas e reserve.
 Prepare o refogado de aspargos com as lascas de salmão. Numa frigideira média, aqueça 2 colheres (sopa) de azeite e refogue 2 dentes de alho. Junte 200 g de aspargos, acerte o sal, tempere com a salsinha. Acrescente as lascas de salmão, mexa delicadamente e reserve.
 Prepare o molho branco. Numa panela média, aqueça 2 colheres (sopa) de manteiga ou margarina e doure 2 colheres (sopa) de farinha de trigo. Junte 1 litro de leite aos poucos, mexendo sempre para não empelotar. Acerte o sal, tempere com a pimenta-do-reino e a noz moscada, retire do fogo e reserve.
 Numa panela grande ferva 5 litros de água com sal e cozinhe a massa. Para isso, coloque a massa e mexa de vez em quando, até que a água volte a ferver. Deixe cozinhar de acordo com o tempo indicado na embalagem ou até que fique “al dente”, ou seja, macia, porém resistente à mordida. Escorra a massa, acomode num refratário grande, acrescente o molho branco, envolva bem com a ajuda de dois garfos grandes.
 Acomode por cima o refogado de aspargos com salmão e sirva a seguir.

Obs:  O salmão pode ser substituído por filé de cação.

Para as mulheres que sofrem da síndrome de Tensão Pré-Menstrual (TPM), os alimentos que contêm cafeína aumentam a ativação do sistema nervoso central, deixando a mulher mais nervosa. Uma boa dica é o consumo da massa, pois o carboidrato encontrado nela age nas emoções da mulher e diminui o efeito da TPM. Sua versatilidade permite que outros alimentos saudáveis sejam adicionados, o que ajuda no controle dos desconfortos causados pela oscilação hormonal, como os grãos integrais, as carnes brancas e magras, os produtos desnatados, entre outros.



Receita retirada do site www.adria.com.br

Macarrão molho frio (Por Thaís Azenha)

                                               Receita adaptada (prevençao.cardiol.br)

Frequência de consumo permitida: sem restrições
Colesterol por porção 28 mg
179 calorias por porção
Tempo de Preparo 50'
Redimento: 6 Porções
Dificuldade FÁCIL

Ingredientes:

250 g de massa curta tipo parafuso ou penne
 2 1/2 litro de água
 sal grosso

Ingredientes do molho:

2 tomates sem pele e sem sementes
 1 dente de alho esmagado
 1 colher (sopa) de salsinha picada
 1 lata de atum sólido em pedaços
 100 g de ricota defumada em cubinhos
 1 colher (sopa) de manjericão fresco picado
 1 colher (sopa) cenoura ralada
 sal e pimenta a gosto

Preparo da Massa:

Cozinhe a massa "all dente" em 2 1/2 litros de água fervente com um pouco de sal grosso. Escorra e mantenha em uma tigela aquecida.

Preparo do Molho:
Em um recipiente misture o tomate, o alho, a salsinha, o atum, a ricota, o manjericão, a cenoura, sal e pimenta a gosto. Incorpore o molho ao macarrão e sirva frio.


O Macarrão

O prato se torna uma refeição rica composta por carboidratos, proteínas e lipídeos podendo ser acrescida de salada de folha verdes para o enriquecimento de fibras, vitaminas e minerais.
Estudos comprovam que é necessária apenas uma alimentação balanceada para se ter saúde e isso também significa se alimentar com prazer.
Eliminar de vez os carboidratos, como atualmente muitas dietas sugerem, em contrapartida, só favorece o aparecimento de males como dor-de-cabeça, irritação, cansaço físico e mental. . O macarrão é uma fonte acessível e saudável de energia.

Alguns motivos para incluir macarrão na alimentação:

Fonte de energia;
Prático de fazer;
Combina com vários tipos de molhos, carnes e vegetais;
Custo baixo;
Pode ser consumido em todas as estações do ano;
Produto que agrada todos os públicos;
Disponível em todas as regiões do país;
Apresenta inúmeros formatos e variação de cores ;
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, o macarrão não engorda. Estudos científicos comprovam que as massas podem e devem entrar nas refeições diárias de qualquer pessoa. A quantidade ideal de carboidrato (massas, cereais, pães) é de 6 a 11 porções por dia.
Cada 100 gramas de macarrão cozido apresenta uma quantidade de calorias relativamente baixa, cerca de 110 kcal (macarrão de Sêmola) e 96 kcal (macarrão com ovos), sem molho.

OBS: importante lembrar que a troca do macarrão "branco" pelo integral aumenta os benefícios do prato.


Gengibre - Propriedades (Por Thaís Azenha)



O gengibre  é uma planta que contém vitaminas B6 (piridoxina) e também sais minerais como cobre, magnésio e potássio.
O gengibre, possui poucas calorias, por não conter gorduras e sódio.
Cada colher (chá) com 2 gramas contém cerca de 2 calorias, e em cada 100 gramas de gengibre contém, cerca de 46 kcal.
Vêm sendo utilizado ao longos dos anos de diversas formas, como tempero e até atuando com suas propriedades terapêuticas.

O uso do gengibre na Medicina

Como planta medicinal, o gengibre é uma das mais antigas e populares do mundo. Suas propriedades terapêuticas são resultado da ação de várias substâncias, especialmente do óleo essencial que contém canfeno, felandreno, zingibereno e zingerona.

Popularmente, o chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosses, resfriado e até ressaca. Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal, cólicas menstruais.

No Japão, massagens com óleo de gengibre são tratamentos tradicionais e famosos para problemas de coluna e articulações. Na fitoterapia chinesa, a raiz do gengibre é chamada de “Gan Jiang” e apresenta as propriedades acre e quente. Sua ação mais importante é a de aquecer o baço e o estômago, expelindo o frio. É usada contra a perda de apetite, membros frios, diarréia, vômitos e dor abdominal. Aquece os pulmões e transforma as secreções. Na medicina Ayurvédica, o Zingiber officinale é conhecido como “medicamento universal”.

Além desses benefícios, o gengibre também tem ação bactericida, é desintoxicante e possui poder afrodisíaco – onde seu óleo é utilizado para massagear o abdome, provocando calor ao corpo e excitando os órgãos sexuais. Na medicina chinesa tradicional, por sua reconhecida ação na circulação sangüínea, ele é utilizado contra a disfunção erétil. Uma pesquisa da Unicamp realizada em coelhos, comprovou os efeitos.

Recentemente, a OMS (Organização Mundial da Saúde) reconheceu a ação dessa planta sobre o sistema digestivo, tornando-a oficialmente indicada para evitar enjôos e náuseas, confirmando alguns dos seus usos populares, onde o gengibre é indicado na digestão de alimentos gordurosos.

O uso do gengibre na Culinária

Possui sabor picante e pode ser usado tanto em pratos salgados quanto nos doces e sob diversas formas, como: fresco, seco, em conserva ou cristalizado. O que não é recomendado é substituir uma forma pela outra, nas receitas, pois seus sabores são muito distintos: o gengibre seco é mais aromático e tem sabor mais suave.
Este último é amplamente utilizado na China, no Japão, na Indonésia, na Índia e na Tailândia. No Japão costuma-se usar o suco (com o gengibre espremido) para temperar frango e as conservas (beni shooga), feitas com os rizomas jovens, são consumidas puras ou com sushi. Já o gengibre cristalizado é um dos confeitos mais consumidos no Sudeste Asiático.

O gengibre pode ser encontrado fresco, seco, em pó, em picles, cristalizado, em calda e também em pasta congelada. A flor de outra espécie de gengibre também é consumida na Ásia.
Ele ajuda a amaciar carnes
O gengibre tem sabor picante e aumenta a pungência do prato.
É muito usado na indústria de bebidas para fazer refrigerantes e cerveja – esta é feita a partir gengibre fermentado e levedado, mas hoje em dia é normalmente vendida sem álcool

Gengibre fresco

Quando é colhido jovem é menos fibroso, mais suculento e mais suave, sua casca é de cor clara, quase transparente com partes rosadas. Às vezes é encontrado no mercado desta forma. Por ter menos fibras é o ideal para ser usado em tirinhas.
Pode ser usado ralado, em fatias, em tiras, picadinho ou ainda em suco.
Em pedaços grandes é normalmente usado para dar sabor a caldos, sopas e cozidos e é descartado ao final do cozimento.
É um ingredientes chave na maioria das cozinhas asiáticas.
É muito usado com peixes, frutos do mar, frango e carnes, porque neutraliza o odor. Mas também é usado com vegetais.
Combina muito bem com molho de soja, a mistura dos dois ingredientes e um pouco de óleo de gergelim ou azeite resulta em um excelente molho para salada.
Também combina muito bem com mel, resultando em um dos molhos para salada mais populares nos Estados Unidos.
Para retirar o suco, use ralador de louça próprio ou então rale ou moa em processador elétrico com um pouco de água, depois esprema a poupa em tecido fino descartando as fibras. O suco é normalmente usado em marinadas e molhos e pode ser borrifado em carnes já prontas. É a solução ideal para quando precisamos do sabor, mas não queremos pedaços ou fibras.
Em tirinha finas pode ser usado cru em saladas, refogado fica ótimo para guarnecer peixes.
Experimente aromatizar manteiga com gengibre ralado – fica excelente com frutos do mar e alguns legumes, como a cenoura.
No Brasil é pouco explorado, é mais utilizado no norte e nordeste e quando se fala em gengibre o que vem à mente das pessoas é o quentão! É usado ainda em doces como o de abóbora e em pratos com frutos do mar.
Combina muito bem com frutas – tanto em doces como em sucos - gosto de fazer suco de goiaba aromatizado gengibre. Fica muito saboroso também em limonada!

Compra e conservação

Quando comprado fresco deve ser pesado e duro, sem rugosidades, sem furos e sem manchas, quando muito leve é sinal de que está velho e seco.
Para melhor conservar o gengibre fresco, guarde-o na geladeira embrulhado em plástico ou papel. Eu prefiro o papel, porque ele mofa quando armazenado muito tempo em saco plástico.
Pasta de gengibre pode ser congelada por até 3 meses

Texto de apoio retirado do Livro Nutrição Humana, Jim Mann, terceira edição.

Luiza tentando se equilibrar (Por Thaís Azenha)

 

Tento compor uma história fingindo não ser a minha própria. Temo que esse amor imaginário descubra meus textos e se decubra neles. A verdade pode ser uma dor insuportável.


- Hoje você vai dormir lá em casa, já tem dias que me promete!


Quase uma ordem a ser acatada, calada, sentida. Mas vou continuar a me enganar que escrevo para outrém. É minha sanidade que preocupa agora. Sem você, estava á beira do abismo, com você, já me sinto caindo. Não há uma maneira mais correta e sadia de permanecer no sistema.


- Já disse que não posso. Tenho compromissos amanhã.


Uma risada leve que se esforça para esconder o real motivo. Aquele de não ter motivo nenhum. Medo talvez. Mas sem entender sou melhor.  Medo desse olhar paralizante que ele me lança sempre após um beijo. Como esquivar-me dessa vez?


- Nada disso, Luiza, já estamos combinados, oras!


Não consigo me conter, imagino nós dois lançados ao amor a noite toda sem medo de ser destruída pelo acaso.


- Direto pra casa então?


Ele me passa o braço sobre o ombro, tentando não perder a atenção no trânsito, e com áquele sorriso de lado que entrega seu pensamento : venci de novo!


A verdade também pode ser libertadora!

Torta salgada sem glútem (Por Thaís Azenha)


Receita retirada do blog (cozinha-sem-gluten.blogspot.com.br)

Ingredientes:
Massa
1 pote de iogurte natural light
2 ovos
1 copo de leite desnatado
1 colherinha de café de sal
2 CS de sementes  de chia
1 copo de farinha de arroz
1 copo de polvilho doce
1/2 copo de óleo
1 CS de fermento químico em pó
cebola a gosto

Recheio:
1 maço de espinafre cozido picadinho
2 cenouras (cruas) ralada em tirinhas finas
pimentão vermelho e amarelo a gosto, cortado em tiras finas
azeitonas verdes a gosto (opcional)
pimenta biquinho a gosto (opcional)
Misture tudo e reserve.

Modo de fazer:
Liquidificar todos os ingredientes, menos o fermento que será
misturado por último sem bater. Fica uma massa bem líquida.
Colocar metade da massa no fundo de um prato refratário,
pincelado com óleo. Distribuir o recheio e cobrir com o restante
da massa.
Levar ao forno 180ºC até dourar. Uns 20 a 25 min. dependendo do forno.
Retire e está pronta para servir!
É deliciosa quente ou fria.

*CS = colher de sopa

A Intolerância e alergia ao glútem - Doença celíaca

A doença celíaca é uma intolerância  permanente ao  glúten, uma proteína encontrada no  trigo, centeio, cevada, aveia e malte. Nos indivíduos afetados, a ingestão de glúten causa danos aos vilos que revestem a parede do intestino delgado.
 
A doença celíaca é considerada uma desordem autoimune, na qual o organismo ataca a si mesmo.Os sintomas podem surgir em qualquer idade após o glúten ser introduzido na dieta.

Sintomas

A doença celíaca  pode não apresentar nenhum sintoma.
Quando existem os sintomas intestinais incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade, anemia da carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme.

Tratamento

O tratamento consiste em evitar por toda a vida  alimentos que contenham glúten (tais como pães,cereais, bolos, pizzas, e outros produtos alimentícios, ou aditivos, que contenham trigo, centeio, aveia e cevada).  Medicamentos e outros produtos também podem conter glúten. Assim que o glúten é removido da dieta, a cura costuma ser total. Apesar da dieta sem glúten parecer extremamente difícil a princípio, algumas famílias tem tido muito sucesso com ela. É possível substituir as farinhas proibidas por fécula de batata, farinha de milho, amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz,  farinha de araruta ou  fubá. Nutricionistas e grupos de apoio podem ajudar as famílias a se ajustar a essa dieta radical.

Atenção

Além dos alérgicos existem pessoas que são hipersensíveis ou intolerantes ao glúten, elas não têm doença celíaca, nem respostas auto-imunes, mas o seu corpo tem dificuldade em quebrar o glúten e isso afeta a função normal do organismo, podendo causar desconfortos como distensão abdominal, prisão de ventre, artrite, prurido, dermatite, acne, enxaqueca, além de alterações de humor, ansiedade, depressão e síndrome do pânico. 
 Pesquisas mostram que essa hipersensibilidade pode estar relacionada à grande quantidade e a freqüência com que ingerimos alimentos com glúten. Os pães, biscoitos, macarrão acabam sendo ingeridos diariamente e mais de uma vez ao dia. Sem contar alimentos como requeijão, iogurtes, chocolates que também tem glúten na composição.
 Também pode ser agravada por altos níveis de cortisol, um hormônio liberado em maiores quantidades em situação de estresse.


Dicas para substituir alimentos com glúten

  - No café da manhã troque o pão por tapioca, cuscuz de milho, mandioca. Existem pães sem glúten, torradas e biscoitos sem glúten.
 - Nos lanches as frutas e iogurtes podem ser acompanhados de granolas sem glúten, barras de cereal sem gluten, frutas secas e cookies sem glúten.
 - No almoço e jantar o macarrão pode ser feito de arroz, milho ou quinoa.


segunda-feira, 16 de julho de 2012

Era Inveja - Maitê Proença ( indicado por Rubião)


No Brasil, três coisas são indiscutivelmente democráticas. A praia, que debaixo de um sol junta madame e funkeira trajadas no mesmo uniforme. O futebol, que une o ladrão e o padre numa imensa fraternidade. E o trânsito, que bota o Zé do Chevete e João do Jaguar lado a lado, paralisados pela mesma encrenca. Das três brasilidades, o futebol é a que mais me intriga.

Tenho um namorado que ama a bola. É uma pessoa cheia de virtudes, mas, se há uma constância em seu caráter, esta é a impontualidade. Não consegue chegar na hora, o mundo o atrapalha, a menos é claro no caso do futebol. Não falo aqui daquele jogo no estádio com hora oficial para começar, refiro-me à pelada, ao racha, àquele bate-bola entre amigos, que no caso aqui de casa acontece três vezes por semana. O campo é longe, uma viagem, o sol a pino – não importa. Dia do compromisso logo cedo o moço fica ansioso, não pode atrasar e não há imprevisto que o segure. Nesses dias meu amor é um britânico!

Sábado desses resolvi acompanhá-lo. Os companheiros de partida, esbeltos desportistas, não gostaram nadinha, mas, gentis, fizeram que sim. Aquilo não é lugar de mulher, eu já devia saber. Para compensar o mal-estar, começa o jogo e eu bato muita palma, exagero o entusiasmo, assovio e tanto faço que o dono do campo a quem eu bajulava escancaradamente sentiu-se na obrigação de me dedicar um gol. Segue o embate com altos e baixos, a coisa aquece e pimba… um golaço, aquele chutão do meio do campo para dentro da rede à lá Roberto Carlos. As más-línguas desmerecendo o artilheiro dizem que o momento é histórico e não se repetirá – não acredito, foi jogada de mestre; vi e guardarei na memória. Continua a partida com bons momentos, outros nem tanto, uma contusão aqui, uma falta ali, um corpo caído no chão. De repente me bate uma estranheza e vou percebendo que acima da bola, das jogadas, do corre para lá e para cá, o que mais se via, na verdade, eram discussões, ofensas, xingamentos e uma roubalheira de fazer corar um palmito. A coisa chegou a um ponto em que tive a certeza de que terminado aquilo os adversários não voltariam a se falar. Acaba o jogo. Entre vitórias e desilusões, corre-se para o vestiário e devo dizer que nem na feira fala-se tão alto e ao mesmo tempo quanto num banheiro cheio de homens; eu não estava dentro, mas nem precisava… Fiquei quietinha do lado de fora esperando meu namorado que, pela delonga, tomava um banho de Cleópatra. Assim, pude observar bem os outros rapazes que sorridentes e limpinhos iam saindo do vestiário qual amigos de infância. Aqueles mesmos que há pouco se juravam de morte agora pavoneavam-se uns para os outros aos tapinhas nas costas. Havia ali cantores-compositores, um sapateiro, o editor de um jornal, um empresário da música, atores, um jogador aposentado, dois médicos e alguns moços das redondezas empobrecidas cuja competência em campo desequilibrara o jogo – tudo adversário de sangue na hora da bola e amigo do peito na saída para o chope. Na pelada não há rancores, o que se passa em campo fica no campo. Nem pudores, ali são todos craques – o vírus da imodéstia ataca democraticamente. Uma beleza!

Fui-me embora com um vazio a futucar o espírito. O que nós, mulheres, temos de parecido: o shopping, o salão? Nem chegam perto. Não pode xingar, espernear, soltar os sapos da garganta – além do que, num e noutro, o máximo de exercício que se faz é com a língua na futrica da vida alheia – muito chato. Não havia como negar, o brinquedo dos rapazes é divertido como só, e meu vazio era de inveja.

Nós, mulheres, não temos nada que se compare.


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Pirenópolis (Por Thaís Azenha)

Pirenópolis




Caminhando entre paisagens verdejantes,
Leve toque de uma brisa branda e macia.
As vistas trêmulas e oscilantes
ao tocar com os pés a água fria.

Vontade de seguir adiante
sorriso de criança me guia.
A corredeira do rio brilhante
Se aqui nascesse, daqui jamais sairia.

Na correnteza o espírito se lava
E em meu corpo reluz sua energia
Toma-me, oh Rio das Almas!
Que o sol vai se pôr, a hora é tardia.

E ao luar de Pirenópolis
que agora minha filha aprecia,
Torno-me infinitamente sua sócia,
Esperando pela próxima estadia.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A bebida e eu (Por Rubião)



Minha relação com a bebida iniciou-se tarde para os padrões de hoje em dia. Eu estava com 20 anos de idade quando tomei meu primeiro porre na ocasião de uma saída com os amigos de faculdade. Portanto, estando eu nos 41, já se vão mais de 20 anos de intensa relação com essa minha amiguinha. Tantos porres, tantas risadas, alguns tombos e tantas ressacas.
A cerveja veio primeiro e com seu baixo teor alcoólico foi me cativando. A coisa é assim: você chega numa mesa de bar com dois ou três amigos e no início é aquele silêncio, mas depois de alguns copos começa o auê... E haja assunto, e haja piadas, e haja besteiras, e haja risadas. Claro que com isso também vêm as várias idas ao banheiro, ocasião em que aqueles amigos que ficam aproveitam para fofocar sobre aquele que acabou de se levantar e assim por diante. Tudo muito simples assim, mas como é gostosa essa simplicidade. Quem bebe sabe!
Depois da cerveja vieram as bebidas destiladas: rum, conhaque, vodca, uísque e cachaça. Tive uma relação meio tumultuada com a Cuba-Libre, como não poderia deixar de ser e, assim, logo rompemos devido a um sonho que tive. Sonhei com uma garrafa de Montila, sendo que dentro dela eu enxergava vários escorpiões. Não entendo nada de interpretação de sonhos, mas, de todo modo, aboli esse tipo de bebida para evitar complicações.
O conhaque também me maltratou muito. Eu o misturava com limão para descer melhor. Havia até uma técnica em que retia o sumo do limão embaixo da língua e o ingeria juntamente com a bebida. Desse modo descia macio e reanimava. Perdi algumas apresentações de algumas bandas em que tocava devido a esse tipo de uso. Além do mais, esse matreiro também possui uma outra astúcia. Sua mistura com qualquer tipo de café também pode se tornar uma bebida saborosa. Isso para mim foi o fim da picada, sendo que já sou viciado em café e, ao mesmo tempo, não posso exagerar na dose, pois tenho enxaqueca. Assim, frente a tamanhos riscos oferecidos por essa bebida, também a dispensei de meu cardápio. Confesso, fui covarde!
Já a vodca, para mim, se trata de uma bebida sem princípios. Aceita qualquer coisa que com ela se misture. Eu mesmo já cansei de misturá-la com sorvete e a danada desceu bem. Ela só não aceita uma coisa: o congelamento. Você pode colocá-la no frízer mais potente que você conheça e a bira não congela, apenas fica cremosa. Uma delícia! Com essa, confesso que ainda, de vez em quando, rolam flertes entre nós. Porém, sem mais a caliência intensa dos primeiros encontros.
O uísque é brother. Os importados, de 12 anos pra cima sempre foram bem recebidos. Mas ainda assim eles não aliviaram para mim. Teve evento em que eu, prudentemente, dormi no estacionamento de uma embaixada por conta desse drinque. Não fui mal tratado pelo agente de polícia que me acordou às 8 da manhã, pois me apresentava de terno e gravata na ocasião. Não é à toa que essa bebida tem as suas exigências. Sendo assim, quem sou eu para discordar de Vinícius quando ele afirmou que “uísque é o melhor amigo do homem, uísque é o cachorro engarrafado”. No entanto, tenho por mim que o Poetinha disse essa frase não pensando nas exigências do uísque, mas sim pensando em seus efeitos quanto ao desempenho sexual do cidadão que o ingere. Sem mais detalhes!
A cachaça. Bem, a cachaça tem algo de especial. Talvez a sua brasilidade, não sei bem ao certo, mas seja da branca ou da escurinha, elas descem bem para mim. Com a branca que se sabe realmente a qualidade da cana. Quando então dela se faz a tal caipirinha, aí sim que a mesma fica assim irresistível. Já a escurinha, sempre anda bem maquiada com o envelhecimento em algum tipo de madeira nobre. Sou adepto daquelas envelhecidas no carvalho, que, apesar de ser madeira importada, imprime na cana um sabor adocicado e um perfume característico muito agradável. Portanto, com todas essas atrações, a sacana já fez com que esse pretendente percorresse quatro feiras da cachaça em Brasília e, encerrados tais eventos na capital, mais três feiras da danada em Beagá. As chamadas Expocachaça, feiras essas que ocorrem todo ano no início de junho. Em tais ocasiões, as doses de cana se oferecem para o cidadão sem nada pedir em troca. A pressão é muito forte!...Hoje em dia, tenho evitado tamanha esbórnia. A idade vai chegando e vocês sabem como é!
Tenho por mim que, com essa estrada, já cheguei a uma certa maturidade alcoólica. E com várias batidas de cabeça no topo das ressacas e algumas, no topo das aminésias, hoje procuro manter vôos mais rasos e tranqüilos. Aprecio um bom vinho ou um bom chope e assim, driblando os conservantes, tento me aproximar da tão recomendada moderação. Porém, continuo fã da bebida e admiro quando vejo um casal de velhinhos com seus cabelos grisalhos tomando, ainda pela manhã, a sua caneca de chope, ou o senhor, já acima dos 80, que ainda toma o seu copo de cana, recordando-se do gingado de sua amada, no estilo da canção Blues é Assim de Paulinho Moska.
Desse modo, para manutenção de nossa relação, minha e da bebida, hoje tenho dado uma de difícil para ela e tento apreciar sua companhia apenas em ocasiões especiais. Não seria nada legal estar, por exemplo, em uma beira-mar e não poder se dar o desfrute de admirar o visual saboreando a sua companhia. Assim, tenho evitado vários encontros com a danada, tentando assim preservar a nossa relação. E, prova disso, é a ocasião da confecção deste texto que você acaba de ler. Pois saibam que, durante tal empreitada, não tomei se quer um gole de qualquer tipo de bebida. E isso merece uma comemoração. Vamos tomar uma aonde?
Brasília, 02 de julho de 2012.