quarta-feira, 18 de julho de 2012

Luiza tentando se equilibrar (Por Thaís Azenha)

 

Tento compor uma história fingindo não ser a minha própria. Temo que esse amor imaginário descubra meus textos e se decubra neles. A verdade pode ser uma dor insuportável.


- Hoje você vai dormir lá em casa, já tem dias que me promete!


Quase uma ordem a ser acatada, calada, sentida. Mas vou continuar a me enganar que escrevo para outrém. É minha sanidade que preocupa agora. Sem você, estava á beira do abismo, com você, já me sinto caindo. Não há uma maneira mais correta e sadia de permanecer no sistema.


- Já disse que não posso. Tenho compromissos amanhã.


Uma risada leve que se esforça para esconder o real motivo. Aquele de não ter motivo nenhum. Medo talvez. Mas sem entender sou melhor.  Medo desse olhar paralizante que ele me lança sempre após um beijo. Como esquivar-me dessa vez?


- Nada disso, Luiza, já estamos combinados, oras!


Não consigo me conter, imagino nós dois lançados ao amor a noite toda sem medo de ser destruída pelo acaso.


- Direto pra casa então?


Ele me passa o braço sobre o ombro, tentando não perder a atenção no trânsito, e com áquele sorriso de lado que entrega seu pensamento : venci de novo!


A verdade também pode ser libertadora!

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