Encontra-se morto aquele que era imortal. O sangue verte
incessantemente por dias a fio Enquanto o gelo derrete molhando o chão de
vidros estilhaçados e papéis enrolados. A roupa suja e amassada se multiplica
em torno de pedaços de madeira que já não servem pra nada. Acordo no escuro
procurando respostas para pergunta nenhuma e tudo que encontro são restos de
cerveja quente misturada com cinza de cigarro.
O mel cristalizado já não adoça mais a vida e me obriga a vestir a
fantasia daquilo que nunca fui, mas sou, ainda que apenas superficialmente. Visto-a, então, e sigo pela selva da obstrução
em direção à liberdade que me aprisiona diariamente e eu, meio que
inconsciente, sufoco meus dramas, piso na grama e viro engrenagem. Acordei de
péssimo humor.
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