Lendo o comentário da escritora
Lua, do Blog Cervejas e Bugigangas, sobre o filme Corra, Lola, Corra, além da
vontade de ver o filme, veio-me um insight exatamente sobre tais contextos.
Sobre os rumos que pode seguir nossas vidas e sobre as possibilidades que estão
ao nosso redor. E para reforçar essas perspectivas também li o texto Versões do
Veríssimo, postado na coluna Indicação do mesmo blog.
Penso, observando a história da
humanidade, em todas as batalhas e calamidades que dizimaram milhões de vidas e,
entre essas vidas, quantos poetas, escritores e músicos se foram? E, com isso,
quantas músicas deixaram de serem compostas? Poemas e livros deixaram de serem
escritos?
Se Janis Joplin, Jim Hendrix e
Jim Morrison tivessem passado dos 27 anos, quais músicas teriam sido compostas
ou interpretadas por eles? O que estariam fazendo? Jim Morrison provavelmente
teria se tornado evangélico, arrecadando grossas verbas para a Igreja Universalve-se
Quem Puder.
Se Luiz Gonzaga nunca tivesse
encontrado com Humberto Teixeira, nunca ouviríamos a clássica canção Asa
Branca. Se Tom Jobim não tivesse encontrado com Vinícius de Moraes, nunca iria
rolar a canção Garota de Ipanema e nem a Bossa Nova. Se bem que, entre esses
últimos, o encontro seria mesmo inevitável, pelo tanto que eles freqüentavam os
mesmos botecos em
Ipanema. Porém , caso algum deles fosse averso à bebida, o
encontro talvez nunca teria rolado e aí adeus Garota de Ipanema e adeus à Bossa
Nova. Desse modo, se do fato de não acontecerem simples encontros entre duas
pessoas já se pode ocorre o aborto de grandes obras, ainda mais quando as
trajetórias de grandes artistas são interrompidas por qualquer fatalidade.
Grandes bandas que nunca chegaram
a se formar por motivo de alguma rixa entre seus integrantes. Se fossemos
colonizados pelos espanhóis, será que hoje estaríamos ouvindo Tango ou Flamenco
Universitário? Qual poema escreveria o poeta que nunca aprendeu a escrever? O
que estaria fazendo Chico Science se não tivesse rolado aquele fatídico
acidente em fevereiro de 97?
Essas são perguntas sem respostas.
São distorções de uma realidade que nunca existirá. Aliás, nunca li comentário
de nenhuma blogueira e nem sei o que é blog. Nunca tive internet, não sei o
significado da palavra “perspectiva”, também nunca ouvi falar em Jim Morrison e nem mesmo
me lembro desse tal Luiz Gonzaga. Morri de fome com dois anos de idade em
Aracati, Ceará, em 62. Nunca aprendi a ler ou a escrever. E esse texto também
nunca existiu.
Pô Rubião, nunca viu esse filme???? Vacilão. Adorei esse texto que não existe.
ResponderExcluirKkkk...pois eh... Ele ta na minha lista para assistir......mas de que texto vc tava falando?
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