sábado, 30 de junho de 2012

Você tem medo de quê? (Por Thaís Azenha)





Cosmopolitanas, incrivelmente menos de 1% de suas várias espécies vivem próximas ás habitações humanas. Hum hum, sei.

Enfim, são definitivamente a causa do meu medo aterrorizante. Temo-as desde que me reconheço por gente.

 Motivos? Inúmeros. Complexos e absurdos, confesso.

Sério, até olhar a foto delas me causa agonia, já sinto as suas patinhas malignas arrastando-se sobre a minha epiderme causando-me náuseas, arrepios e a súbita vontade de gritar e enfiar uma estaca em meu coração para fazer a sensação parar. E não pensem que isso é só drama feminino.

Parece que tudo está ao favor delas.

Já estão aqui há mais de 300 BILHÕES de anos: o que me torna uma intrusa em seu planeta.
Possuem mais de 5.000 espécies: eu tenho só uma e muito mal feita.
Conseguem viver uma semana sem beber água e até um mês sem comer: tudo bem que faço meus jejuns alcóolicos, mas nem tanto né??
Quando encontro-me com uma, ela sempre olha-me firmemente com o seu olhar ameaçador, esperando que eu desvie o olhar para que ela ataque repentinamente.

E tem mais, para cada barata encontrada devem haver mais mil escondidas de sua vista. Arrrr!!!!
Imagine quantas podem ter em um buraco de minhoca?

Na medicina popular existem vários relatos de algumas espécies, principalmente Blatta orientalis, em serem usadas para curar várias doenças, como por exemplo: alcoolismo, asma, bronquite, cólicas intestinais, dores de cabeça e ouvido, furúnculos, gripe, entre outras.

Alcoolismo?? rum!!! Eu sei como eu paro de beber com uma barata...coloca ela no meu copo e jamais tocarei nele!

Segundo o site ciencia.hsw.uol.com  na alimentação humana, para muitos povos orientais as baratas fazem parte de sua dieta, sendo comidas cruas ou cozidas. No Brasil, os índios Chocleng (Santa Catarina) apreciavam as baratas.

Agora acho vou vomitar mesmo. Só um minuto....

E como fugir desses seres asquerosos? A tarefa não é fácil.

As pessoas também odeiam baratas porque pode ser extremamente difícil acabar com elas. Uma razão é seu comportamento natural. Elas se reproduzem rapidamente e são difíceis de matar. Como elas são noturnas, muitas pessoas não percebem sua presença até que sejam tantas que acabaram sem lugares para se esconder. As baratas são particularmente boas para se esquivar e fugir de sapatos, jornais e outras armas, e várias espécies se tornaram resistentes aos inseticidas. E tem algo pior do que esmagá-las e ver aquela gosma branca saindo de dentro delas? Ou matar e descobrir que ela vai agonizar por horas e horas?

Eu ainda as definiria como Ninjas!!

Mas como amante do ecossistema, animais e tal, tenho que dar o direito de resposta, fala aí, se defende ser horripilante da natureza:

"Enquanto a Blatella germanica e algumas outras espécies são perturbadoras, a maioria das espécies de baratas geralmente cuida da própria vida. Muitas baratas vivem em áreas quentes e tropicais e se alimentam de madeira e folhas decompostas. Elas ajudam a decompor esses restos orgânicos. Durante o processo, elas adicionam nutrientes ao solo por meio de seus restos. Elas também são uma fonte de comida para pequenos répteis e mamíferos. Em outras palavras, apesar da reputação ruim, as baratas são uma parte importante de muitos ecossistemas. (www.ciencia.hsw.uol.com)"

Mas complemento que as baratas caseiras não têm nenhum papel na cadeia ecológica:
Não precisa ter dó de dar aquela chinelada: aqueles monstrengos que vez ou outra aparecem na sua casa para comer restos de comida e disseminar o pânico não têm nenhuma função nobre no equilíbrio da natureza – são só uma praga, e ainda carregam doenças. Mas as que vivem na natureza são importantes, já que contribuem para a reciclagem do material orgânico e servem de alimento para vários predadores


Durante esse papo verifiquei minhas pernas e cabelos umas mil vezes....rsrsrs.

Só de curiosidade, esse medo que sinto chama-se Catsaridafobia (medo de baratas)

Veja como são ninjas especializadas:

As baratas não dormem, mas sabem que é hora de se recolher quando percebem a claridade e só saem quando escurece. Dentro das casas, a hora de ficar quieta no seu canto é enquanto o homem está ativo, oferecendo mais riscos a ela. Então, se você tiver um infeliz encontro diurno com o bicho, fique atento. Baratas em atividade durante o dia indicam que a população está muito alta e não há esconderijos para todas.

Você que já tentou matá-las sabe: o bicho é rápido e tem um baita reflexo. Isso se deve em boa parte a dois pelinhos que a barata tem no traseiro, chamados cercis. Eles são capazes de perceber movimentos sutis do ar e lhe permitem obter informações sobre possíveis ameaças, como localização, tamanho e velocidade. Além disso, elas enxergam muito bem, mesmo quando não há luz, e seus ouvidos são capazes de detectar até os passos de outra barata.

Sabe aquela gosma branca nojenta que explode quando você esmaga a barata? Aquilo é gordura e contém as reservas de nutrientes que vão alimentar as células do inseto quando faltar comida. Ali também existem algumas dezenas de ovos, que podem vingar mesmo depois que a mãe morre. A capacidade de reprodução das baratas é incrível: em 150 dias de vida, uma única fêmea consegue botar cerca de 320 baratinhas no mundo.

Além de conseguir ficar até um mês sem se alimentar, o inseto ainda é capaz de sobreviver por vários dias sem a cabeça. É que suas principais estruturas vitais ficam espalhadas pelo abdômen e, nesses casos, um gânglio nervoso no tórax passa a coordenar os seus movimentos, permitindo que fujam das ameaças. Como seu corpo tem um revestimento de células sensíveis à luz, ela ainda pode localizar e correr para as sombras.

Para fugir delas, só correndo para as calotas polares:
Apenas 1% das mais de 4 mil espécies são caseiras. As outras vivem na natureza, e são tão danadas que conseguem viver em quase todos os ambientes naturais, de desertos a florestas tropicais. A sua grande barreira ecológica é o frio intenso, mas nem adianta fugir para a Noruega ou a Finlândia: elas aparecerão em versões minúsculas e vão querer se aquecer no quentinho da sua casa nórdica. A única solução é correr para as calotas polares.
(lista retirada do www.superinteressante.com.br)


Bom, pelo menos tenho uma opção, lá pelo menos a cerveja não esquenta.




2 comentários:

  1. Enquanto eu estava lendo, senti "algo" em minhas pernas umas 3 vezes. Resultado: Gastei 1 tubo de inseticida spray nos ralos, cantos das paredes e, principalmente, debaixo da cama. Aff!

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    1. Exatamente assim que me sinto Joaquim, já deveria ter escrito esse texto há meses atrás, mas sempre foi uma luta começar a pensar nesses bichinhos horrorosos.....kkkkkk

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