sábado, 9 de junho de 2012

O que não fazer em uma entrevista de emprego (Por Thaís Azenha)




  Alguém tem que gostar de fazer aquilo que a maioria das pessoas não gostam. Sempre repito essa frase quando tento explicar ás pessoas o porquê do meu sonho de trabalhar dentro de um hospital, especificamente em uma UTI. Podem até me chamar de louca por isso, nem me importo, mas essa semana conheci uma pessoa muito mais "maluca" que eu.

  Em uma entrevista de emprego no Hospital só havia nós duas de candidatas a vaga. E foi aí que tudo começou.
Colocaram nós duas em uma sala por cerca de 10 minutos. A tal candidata começou a entrevistar-me.

  Início de conversa aparentemente normal, onde mora, nome, quanto tempo trabalha na área. Até aí eu revidava as perguntas com um "e você?". Até que chegamos ao ponto da faculdade. A verdade é que ela tem uma lei, só dela, que rege os ténicos em nutrição. Lei que o CFN com certeza desconhece....rsrs.

  E iniciou-se o surto psicótico!

  Ela disse que não havia nenhuma razão para que eu fizesse o curso superior em nutrição já que o técnico é a mesma coisa, inclusive os honorários (Tirando os dois anos a mais da graduação, as responsabilidades pré-definidas de cada função, e as leis de salário do CFN, enfim, não sobrou nada...kkkk).
   O fato é que enquanto me esquivava de uma discussão inútil, tentando me acalmar para a entrevista, ela não parava de falar.

Mas o mais surpreendente foi o início da conversa com nutricionistas e RH.
Vou relatar as respostas mais absurdas proferidas na entrevista por ela, divirtam-se.

Empresa:
 - Onde você mora mesmo?
Maluca:
 - Eu não tenho casa fixa, um dia estou em Águas Lindas e no outro em Santo Antônio. Mas pra Ceilândia eu não mudo!
(detalhe que o hospital era na ceilândia).

Empresa:
- Se precisarmos de você em sábado á noite, uma emergência na cozinha do hospital, e você lá toda pronta para um casamento ou uma festa, podemos contar contigo?
Maluca:
- Bom, primeiro que técnico em nutrição só pode trabalhar até ás 18h. Mas enquanto eu não estou namorando posso vir.
(Essa lei de trabalhar até ás 18h é da cabeça dela, e quando estiver namorando?? o hospital que se vire, né??)

Empresa:
- Porquê você saiu do seu último emprego?
Maluca:
- Fui "injustamente" exonerada por excesso de atestado médico.

Empresa:
- Porquê passou 2 anos sem trabalhar na área?
Maluca:
- Porque tive problemas psiquiátricos e psicológicos de certa gravidade.

Empresa (todo mundo pasmo):
- Ah sim, claro, sem precisar entrar em detalhes das razões ou do problema que você teve, se sente preparada para trabalhar hoje em ambiente sob pressão?
Maluca:
- Claro, fui curada graças aos remédios. E os meus problemas foram devido a exoneração e ao término de namoro. Mas é claro que sob pressão ninguém trabalha hoje em dia.

Empresa:
- Bem, nos diga o que o hospital ganha com a sua entrada em nossa equipe.
Maluca:
- Ah, ele ganha muita coisa, porque só o fato de eu precisar desse emprego já é uma boa para a empresa.


No fim das contas eu já estava compadecida da minha candidata rival. Mas não acaba aí.
Durante toda a entrevista, na minha vez de resposta, ela me olhava com um olhar assustador, do qual eu podia extrair o seu sutil "cala a boca". E juro que dessa vez não era eu quem estava surtando....rsrs.

Saí apressadamente da entrevista, já fora do hospital ela me toca no ombro e diz:
 - é, boa sorte, quer dizer, só um poco de sorte né?

E sua risada maligna fez com que eu desistisse de seguir com ela até a parada de ônibus, entrei em um supermercado, liguei para minha amiga Ariany, de tão nervosa eu só conseguia rir (novidade!), mas ela disse algo que não posso descartar a possibilidade. Disse que a tal candidata poderia ser uma atriz contratada pela empresa ou uma pegadinha do malandro, yé yé! kkkkkkk

Para ir embora, chamei um táxi, ainda conseguia vê-la na parada.

Curada, ah vá!!!









2 comentários: