sábado, 2 de junho de 2012

O amor e Luiza (Por Thaís Azenha)






E foi justamente o que eu disse, mas não fui constante em meu pensamento. Vaguei e não percebi.
- Falando sozinha Luiza?
Ah, Luiza, nome próprio e publicamente compartilhado!
- Depende.
Respondi tentando parecer natural e sem ser efusiva, de novo.
- A solidão é estado de espirito. Nunca estaremos em total ermo. Sempre haverá um corpo animado ou inanimado.
  Não sei se pensei alto ou se as palavras ficaram presas em mim.
 - Vim buscar o livro que me prometeu, pode ser?
Emprestaria até minha alma, a entregaria assim de bandeja! Se ele soubesse.
Basta pensar na possibilidade para o peito arder em brasas. E estar tão perto assim é a tortura masi satisfatória que já senti.
- É amor Luiza?
A saliva rasgou-me a garganta, o coração por segundos não bateu.
- Como sabes? Que-quero dizer, o que disse?
E ele lá com aquele sorriso que sonho desesperadamente em minhas insônias.
- Falaste do enredo, mas sabes como sou, lembro-me vagamente.
Suando como se não fizesse o frio noturno de junho, sim, eu sabia exatamente como ele era. Distraído, descontraído, mãos grandes e voz inconfundível.
Lá estava eu novamente a contar-lhe sobre o enredo do livro, esquivando-me de seu cigarro, já enrubescida pelo vinho, desejando construir a nossa própria história de amor ao som de Love me two Times.

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