terça-feira, 22 de maio de 2012

Individualização do pensamento (Por LUA)


Vivemos iludidos, o tempo todo e nos iludimos ainda mais achando que não seremos mais iludidos. A vida é uma ilusão.  Na Wikipédia encontramos a seguinte  definição de ilusão:

ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção. A ilusão pode ser causada por razões naturais (mudança de ambiente, deformação do ambiente, mudança de clima, etc) ou artificiais (camuflagem, mimetismo, efeitos sonoros, ilusionismo, entre outros). Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões, mas as visuais são mais conhecidas. Uma vez que a percepção é baseada na interpretação dos sentidos, as pessoas podem experimentar ilusões de formas diferentes.

Distorção da percepção. É dessa forma que vivemos, com a percepção distorcida. Nem mesmo sabemos responder perguntas básicas como:  O que somos? De onde viemos? Pra onde vamos? Não temos a percepção nem de nós mesmos e nos achamos bons o bastante para julgar os outros. Decidimos em quem vamos acreditar e taxamos a opnião diversa àquela que escolhemos, como uma opnião mentirosa. Rótulos!

Somos mestres em rotular, qualificar, somos juízes, conselheiros. Sabemos tudo o que é de melhor para a vida do próximo, mas carregamos dentro de nós, nossa própria dor que não sabemos como curar.


Está certo que o homem é um animal gregário, mas o pensamento deveria ser individualizado. Nos importar com as opniões alheias é o que tolhe nossa liberdade. Somos capazes de amar, de perdoar, de cair e levantar, mas quando as aparências entram em jogo, tudo isso se torna impossível e passamos a agir baseados em regras e padrões de conduta imposta por baratas tontas que não sabem o que vieram fazer aqui, o que vieram buscar.

Cada um está aqui por um motivo, cada um tem sua própria guerra interna para travar. É esse pensamento de grupo que atrasa o avanço da humanidade. De fato somos um grupo e devemos nos ajudar, nos dar as mãos e tudo o mais. Esse é o grande papel da família, da amizade, dos amores: o dar as mãos. Mas essa mão tem que vir apenas para confortar ou para fazer a pessoa que cai, levantar. Mas o  caminho, cada um tem que seguir o seu.

Nos preocupar com a opnião alheia já é rotular os demais, os que tem opnião contrária, como errados e, se estão errados, são indgnos de serem levados em consideração. Bom, para quem não sabe, todos nós estamos errados, em algum ponto, certos em outro...tudo dependendo do referencial, do momento, da história. Posso ter errado uma vida inteira e de repente resolver acertar. Nossas escolhas são feitas a todo momento, a vida é dinâmica, fatos acontecem a todo instante e um simples gesto, um pequeno sentimento que aflora pode mudar toda uma história.

 Eu acredito nas pessoas, por pior que elas sejam, porque o que é pior ou melhor está dentro do saco da ilusão. É preciso acreditar. É preciso, antes de mais nada, acreditar em nós mesmos e enxergarmos o nosso próprio lugar no mundo já que cada um irá me enxergar da forma como bem entender, como suas experiências anteriores permitirem.  Individualização do pensamento e consciência de nós mesmos enquanto um ser cheio de falhas e em constante evolução. Evolução esta que só acontecerá quando nos abstrairmos das diversas opniões a nosso respeito e tecermos nossa própria opnião, mas uma opnião sincera, crítica. Nós sim podemos e devemos julgar a nós mesmos. O julgamento da pessoa pela própria pessoa não é  como o julgamento alheio, superficial, que nada constrói, só maltrata, rotula, menospreza.  

Eu individualizei meu pensamento para poder acreditar em mim mesma. A tristeza foi meu ponto de partida para que eu acredite que posso aprender. Nada  é fácil, nada é certo, nada está errado. Apenas eu sei o que devo fazer, em que sentido amadurecer e ninguém pode me dizer o que fazer porque todos que estão nesse mundo estão tentando se encontrar. Por isso gosto dos tortos, dos errados, porque esses são os mais sinceros, os mais corajosos, os que se mostram. Aqueles muito perfeitos usam máscaras.

Vou permanecer com o que eu tenho de melhor: meu otimismo, minha vontade de viver e minha coragem em admitir que errei quando eu errar, em admitir que preciso de ajuda quando eu precisar, que não sei o que fazer quando eu não souber, que amo mesmo quando eu já não for amada.







“Nunca deixe que lhe digam que não vale a pena
acreditar nos sonhos que se têem
ou que os seus planos nunca vão dar certo
ou que você nunca vais ser alguém...”

Renato Russo

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