terça-feira, 3 de janeiro de 2012

E a filosofia também confirma nossos buracos de minhoca. (Por Thaís Azenha)..


Eterno retorno é um conceito filosófico formulado por Friedrich Nietzsche. Em alemão o termo é Ewige Wiederkunft. Uma síntese dessa teoria é encontrada em A Gaia Ciência:

2"E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: "Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência - e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez, e tu com ela, poeirinha da poeira!". Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? Ou viveste alguma vez um instante descomunal, em que lhe responderías: "Tu és um deus e nunca ouvi nada mais divino!" Se esse pensamento adquirisse poder sobre ti, assim como tu és, ele te transformaria e talvez te triturasse: a pergunta diante de tudo e de cada coisa: "Quero isto ainda uma vez e inúmeras vezes?" pesaria como o mais pesado dos pesos sobre o teu agir! Ou, então, como terias de ficar de bem contigo e mesmo com a vida, para não desejar nada mais do que essa última, eterna confirmação e chancela?"
Tudo o que a filosofia já esperava a ciência também buscava e é a junção das duas que faz com que tudo tenha um objetivo subjetivo, sem verdades absolutas.
Nós vivenciamos isso no dia a dia, cada um é do seu modo e tem seu espaço. Não, não quero ter que viver nesse mundo pra sempre, quero poder acreditar, e mais ainda de vivenciar as dimensões que nos esperam em cada buraco de minhoca que encontrar pelo caminho.


“Somos, pelo menos temporariamente, únicos – até que outra espécie desenvolva linguagem e tudo o que vem com ela – e nossos “eus” não são órgãos e, certamente, não são substâncias imateriais (egos ou res cogitans cartesianos). O “eu” é uma ficção útil, como os centros de gravidade, na Física. ” Daniel Dennet.


by Thaís Azenha

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